Sem política pública, autotestes ampliam subnotificação de covid-19 no país
Especialista da Fiocruz detalha usos e problemas dos testes de farmácia que, em mais um erro de Bolsonaro na condução da pandemia, não contribuem como poderiam para conter a transmissão
Em meio à quarta onda da pandemia no Brasil, os autotestes contra a covid-19 são mais uma ferramenta que pode auxiliar no controle da doença. A principal vantagem é que o teste pode ser feito em casa, com resultado após 15 minutos. Assim, o paciente que testou positivo deve iniciar imediatamente o período de isolamento, de modo a evitar a transmissão da doença para outras pessoas. Mas, da maneira como está sendo o usado no Brasil, o procedimento também traz problemas.
Como mais uma das inúmeras falhas do Ministério da Saúde, os autotestes não foram incorporados ao SUS, o que praticamente inviabiliza o acesso para a população mais pobre. Outro erro grave é que não há uma ferramenta disponível para computar oficialmente os resultados obtidos dentro das casas das pessoas. Dessa maneira, é praticamente consenso entre os especialistas que os autotestes vêm contribuindo para a subnotificação dos casos de covid-19 no Brasil.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou os primeiros testes de antígenos, como também são conhecidos, em fevereiro deste ano. Atualmente existem 30 marcas de autotestes autorizados no Brasil, com preços que chegam à casa de R$ 100 por unidade.
À RBA, o epidemiologista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Jesem Orellana criticou mais erros do governo Bolsonaro na condução da pandemia de covid, agora na introdução dos autotestes no Brasil. Além disso, o especialista explicou as condições para a utilização dos testes rápidos, tirou as principais dúvidas sobre o uso da aplicação e deu outras orientações para conter o avanço da quarta onda da covid-19 no país.
por Tiago Pereira / RBA
Noti-América/Brasil
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