Bolsonaro contraria Anvisa e libera viajante de passaporte da vacina
O governo de Jair Bolsonaro anunciou hoje (7) que viajantes não vacinados contra a covid-19 que chegarem ao Brasil deverão apenas cumprir um isolamento de cinco dias. Chamado de “plano de reabertura das fronteiras”, na prática o presidente ignora os alertas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pela adoção do passaporte da vacina.
Falando em nome do governo, os ministros Marcelo Queiroga, da Saúde, e Ciro Nogueira, da Casa Civil, alegaram que o percentual da população já vacinada já é elevado o bastante para garantir a segurança da “reabertura das fronteiras”.
Segundo Queiroga, após a quarentena, os viajantes precisarão testar negativo para Covid-19 em um teste RT-PCR. Também está mantida a exigência de um teste negativo do tipo RT-PCR, realizado até 72 horas antes do desembarque dos passageiros que venham do exterior ao Brasil.
Para contrariar as recomendações da Anvisa, Queiroga utilizou o argumento de que é preciso respeitar a liberdade dos que se negam a se vacinar. “É necessário defender as liberdades individuais. Não se pode discriminar as pessoas entre vacinadas e não vacinadas para, a partir daí, impor restrições”, disse o ministro.
Negacionismo persistente
Pouco antes do anúncio do frágil plano de contenção da entrada da variante ômicron no país, em evento no Palácio do Planalto, o presidente Bolsonaro afirmou que o passaporte da vacina seria uma “coleira”.
Ainda pela manhã de hoje, ele já havia atacado as recomendações da Anvisa e mentido sobre o alcance das medidas sugeridas. “A Anvisa quer fechar o espaço aéreo. De novo, porra? De novo vai começar esse negócio?”, vociferou Bolsonaro.
Em novembro, ao contrário do que insinuou Bolsonaro, a Anvisa enviou à Casa Civil notas técnicas sobre a entrada de viajantes no Brasil e não propôs “fechar o espaço aéreo”, mas abrir as fronteiras para aqueles que comprovarem a vacinação e exigir uma quarentena de cinco dias para os não imunizados.
Especialistas têm alertado que o Brasil corre risco de se transformar em “paraíso” de turistas antivacina, que podem disseminar rapidamente a nova variante do Sars-Cov2 no país.
Informações: Rede Brasil Atual – RBA
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