Lula: ‘O tempo do ódio, da guerra e da desunião está chegando ao fim’
A seis dias das eleições, o candidato da coligação Brasil da Esperança à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na “super live” que marca a reta final da campanha, afirmou que “o tempo do ódio, o tempo da guerra, da discórdia e da desunião está chegando ao fim”. E disse que cabe a todos os brasileiros inaugurar um novo tempo. “Um tempo de paz, de democracia, união, prosperidade, amor e esperança.”
Aos 76 anos, o petista afirmou que poderia “não estar metido nessa briga”. mas disse ter uma causa. “Não posso aceitar a ideia de que a fome voltou nesse país. Assim como não posso aceitar a ideia de que alguém é atacado ou violentado porque anda com uma camisa vermelha ou uma bandeira vermelha”, declarou. “Não posso aceitar as pessoas acharem que não adianta investir em educação e em ciência e tecnologia. Cortaram o dinheiro da merenda escolar, acabaram com o Farmácia Popular. Que estupidez é essa?”
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Lula também prometeu pôr fim ao Orçamento Secreto e disse que não haverá sigilo nas contas públicas. “No primeiro dia de governo vamos fazer um decreto para acabar com esses sigilos de 100 anos. Quero ver o que esse cidadão está escondendo do povo brasileiro”.
Em vez de promessas, compromissos
O ex-presidente citou o desemprego recorde, a inflação fora de controle, os preços abusivos dos alimentos, do gás e da energia elétrica, a destruição das políticas de inclusão, o endividamento das famílias e a violência política. Classificou o sofrimento provocado pelo atual governo como “uma das páginas mais infelizes de toda a nossa história”. E apresentou compromissos.
“Tenho como avalista o extraordinário legado dos nossos governos”, ressaltou. “Tiramos 36 milhões de brasileiros da extrema pobreza. Criamos 22 milhões de empregos com direitos garantidos. Elevamos o Brasil ao posto de 6ª maior economia do mundo. Pagamos a dívida do FMI e nos tornamos credores do fundo. Deixamos 370 bilhões de reservas. E foi graças a isso que o Brasil não quebrou, apesar da incompetência do atual governo”.
Assim, afirmou que, em caso de vitória, o seu futuro governo vai voltar a investir em infraestrutura, bem como reativar o programa Minha Casa Minha Vida. Também se comprometeu a fortalecer o salário mínimo, com aumento real acima da inflação. Além disso, afirmou que vai garantir o Bolso Família de R$ 600, com R$ 150 a mais para cada criança até seis anos. Disse que vai renegociar as dívidas das famílias que estão com nome sujo. E que vai corrigir a tabela do Imposto de Renda (IR), desonerar principalmente a classe média.
Também disse que vai voltar a investir na agricultura familiar, para garantir alimentos de melhor qualidade e mais saudáveis. Também sinalizou com crédito a juros baixos para quem quiser empreender. E prometeu assegurar os direitos dos trabalhadores de aplicativos.
Saúde, educação e cultura
“Vamos investir em creches, ensino em tempo integral, e o ensino técnico profissionalizante voltara a ser prioridade. Universidade tem quer ser para todos e todas que desejarem”, disse o candidato. Nesse sentido, Lula afirmou que vai fortalecer programas como o Prouni e o Fies, além de garantir o cumprimento da Lei de Cotas. “É inaceitável que num país da grandeza do Brasil o sonho da juventude seja ir embora para o exterior em busca de oportunidade que hoje lhes são negadas”. Também afirmou que vai levar internet “a todos os cantos do país”, prometendo uma “verdadeira revolução digital”.
Do mesmo modo, Lula disse que vai retomar e ampliar “boas políticas” de Saúde implementadas durante as gestões petistas. “O Samu, as Upas, o Farmácia Popular e o Saúde da Família serão fortalecidos. Vamos garantir aos usuários do SUS o acesso a consultas com especialistas. É inaceitável que uma pessoa receba o diagnóstico de alguma doença grave e tenha que esperar até oito meses por uma consulta”, afirmou. “Ninguém mais morrerá por falta de vacinas, por falta de remédios e de oxigênio, nesse país”, acrescentou.
Também disse a Cultura, que classificou como “um dos maiores patrimônios do povo brasileiro”, será tratada como “gênero de primeira necessidade”, porque “alimenta nossas almas”. “Nós precisamos de música, cinema, teatro, dança, artes plásticas. Precisamos de mais livros, em vez de mais armas. Vamos recriar o Ministério da Cultura e criar comitês culturais em cada capital desse país. Para que a cultura seja de novo reconhecida como fonte de geração de emprego e renda”.
Igualdade e meio ambiente
Lula ainda prometeu “trazer de volta” os ministérios da Igualdade Racial e das Mulheres. Como “novidade”, voltou a anunciar a criação do Ministério dos Povos Originários. Além disso, se comprometeu a cuidar da Floresta Amazônica e de todos os demais biomas, recuperando os órgãos de preservação e fiscalização, como o Ibama, o ICMBio e a Funai.
“Quero que fique bem claro: Não haverá garimpo ou qualquer atividade ilegal em área indígena. Não haverá derrubada de floresta. Não haverá soja, gado, cana ou milho nos nossos biomas. Hoje manter uma árvore em pé é tão ou mais importante que uma cabeça de gado. O Brasil não precisa derrubar uma árvore. Temos 30 milhões de hectares degradados. A gente pode dobrar a produção sem derrubar uma única árvore no Pantanal ou na Amazônia”, frisou.
por Tiago Pereira
Fonte: Rede Brasil Atual- RBA
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