Saúde suspende entrega de 2,6 milhões de vacinas contra Covid por causa dos atos de 7 de setembro
A secretaria Especial de Enfrentamento à Covid (Secovid) do Ministério da Saúde enviou aos secretários e gestores estaduais de todo o Brasil um aviso na noite de segunda-feira (6) informando que as entregas de vacinas estão suspensas nesta terça, 7 de setembro, e na quarta, 8, em razão dos “riscos de manifestações”. Ou seja, dos atos previstos para o feriado da Independência.
Em números, os protestos convocados pelo presidente Jair Bolsonaro vão atrasar a entrega de mais de 2,6 milhões de doses que havia sido prevista para esses dois dias nas chamadas pautas de vacinas, planilhas entregues pelo próprio ministério aos estados.
As pautas, que especificam quantas doses serão embarcadas pela Saúde em que dias, mostram que quase todos os estados serão afetados pela suspensão.
Os governos de São Paulo, do Rio de Janeiro e do Paraná, em outras ocasiões já recolheram doses no centro de distribuição que o ministério mantém no aeroporto de Guarulhos. Se esses três estados repetirem a coleta de caminhão – o que não é o recomendado para trajetos longos, até pela necessidade de armazenar as vacinas da Pfizer em temperaturas muito baixas –, a quantidade de doses não entregues cai para 1,5 milhão.
As doses represadas por causa dos atos de hoje vão se juntar às 9,9 milhões que já estavam pendentes de distribuição, segundo o site de monitoramento “Quantas doses“, mantido pelo jornalista de dados e desenvolvedor Apolinário Passos e usado como referência pelos próprios gestores.
Os lotes previstos para terça e quarta-feira tem uma particularidade: são todos da Pfizer, únicas usadas na imunização de adolescentes, por exemplo.
Os atrasos nas entregas do ministério tem motivado constantes queixas dos secretários de Saúde. No Rio de Janeiro, o calendário de vacinação para adolescentes já foi atrasado em seis dias por falta de doses, mas a prefeitura informou que ainda tem doses para manter a vacinação até quinta-feira.
Houve problemas também na liberação de doses da Coronavac junto à Anvisa pelo Butantan, e essas vacinas também continuam retidas.
por Malu Gaspar de O Globo
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