Coronavírus: Brasil ultrapassa 80 mil mortes por covid-19
por Grace Maciel
O Brasil ultrapassou, nesta segunda-feira(20), 80 mil mortes em decorrência do novo coronavírus. É o segundo país com maior número de mortes e infectados, atrás apenas dos EUA.
Segundo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), São Paulo possui 416.434 casos e 19.788 óbitos, sendo o mais afetado, seguido pelo Ceará, com 147.566 infectados e 7.185 óbitos, e pelo Rio de Janeiro, com 141.005 casos e 12.161 mortes.
De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças, são 3.761.362 contaminações em território americano e 140.157 falecimentos pela doença.
Políticos da oposição se manifestaram diante dos “alarmantes” dados, lamentaram e culparam a ineficiência do governo em lidar com a situação. Eles acreditam que esse número poderá aumentar.
“ Dói na alma saber que por falta de orientação central, o nosso Brasil chegou a esse momento tão triste. Lamentavelmente, vamos ultrapassar os 100 mil mortos e já passamos de 2 milhões de infectados. A prevenção teria sido o caminho para maior segurança e teríamos um número menor de vidas ceifadas”. Destacou o coordenador da Frente Parlamentar Mista do Serviço Público, senador Paulo Paim- (PT-RS).
O deputado federal Rogério Correia (PT-MG), disse que apandemia no Brasil caminha “a passos largos”(rapidamente) para o genocídio. Ele criticou a preocupação do governo com a economia em contraponto às vidas em perigo :
“ Com certeza iremos ultrapassar 150 mil mortos e é lamentável. Além disto, o número de pessoas infectadas pode ultrapassar 5 milhões no Brasil. No fim das contas, nessa pandemia isso se deve em grande parte pela política genocida do Governo Bolsonaro. O que fizeram foi desfazer da pandemia, não dar a atenção devida, não socorrer as pessoas para que pudessem enfrentar esse momento com isolamento social e, portanto, não salvaram vidas. E pior, fez um contraponto de vidas com economia. Na verdade, nenhum nem outro teve uma ação responsável e correta do governo. No caso da saúde pública é óbvio, vamos, como eu disse, ultrapassar 120 mil podendo chegar à 150 mil mortes. No caso da Economia é o pior país do mundo, porque com tudo desordenado não se planeja a retomada do crescimento e o país vai como barata voa enfrentando também esse processo do ponto de vista econômico. E pior, Paulo Guedes assina pra frente como o novo arrocho, uma nova política ultraliberal sem que a presença do Estado garanta a recuperação da saúde pública, a recuperação da economia. Então, o Brasil com Bolsonaro juntou pandemia com crise na economia. Um verdadeiro pandemônio”. Destacou o petista.
A dep. Estadual Beatriz Cerqueira (PT- MG) ressaltou que falta uma coordenação nacional de enfrentamento da pandemia:
“ Não há uma articulação do governo federal com os governos estaduais. Por isso medidas de distanciamento de arrastam desde março, sem previsão de término. O governo federal não atua com transparência nas informações assim como vários governos estaduais e só tomam medidas reativas. O Brasil teve tempo de ver como outros países sofreram com a pandemia. O poder público tinha a obrigação de ter respostas melhores amigas.” Enfatizou a parlamentar.
Para o vereador e pré candidato à reeleição no Rio de Janeiro, Leonel Brizola Neto (PSOL-RJ), o alastramento da doença se deu porque o governo foi “omisso, despreparado e negacionista” no combate à pandemia:
“O governo na verdade virou as costas, deixou a cargo do prefeito e do governador tomarem medidas para conter o avanço da covid-19. Não buscou recursos para que pudéssemos ter a testagem em massa; que pudesse fazer a busca ativa em massa dos casos ; isolamento por parte, fazer um lockdown de fato logo no início para que pudéssemos avançar. Todos os países do mundo que tomaram essa atitude de um lockdown drástico conseguiram reduziram um número de óbitos e isso foi claro, conseguiu enfrentar de maneira mais qualificada essa pandemia. Então, nós vemos uma falta total de organização do governo federal, que tentou, inclusive, mudar o número de contagem de casos e mortos. Sempre numa linha negacionista, na contramão do mundo e não se preparou suficiente. Pior que teve muito tempo para se preparar, então preferiu fazer um palanque eleitoral dessa questão, e hoje temos records. Estamos em segundo lugar no mundo com mais casos e mais mortos que é triste; doloroso.
O neto de Brizola lembrou que as pesquisas internacionais apontavam que a pandemia no Brasil alcançaria altos índices:
” Quando nós colocávamos esses números, tanto da da universidade de Harvard, como a da Inglaterra que seguiu a linha, tanto os EUA que mesmo de maneira torta acabou seguindo a linha em determinado momento, acabavam nos acusando de terroristas, de querer propagar o medo. E olhe o absurdo: são 80 mil mortos e 2 milhões de infectados e a gente tem de fato o cenário trágico. Podemos, inclusive, passar de 100 mil mortos. Então, o governo federal não tomou atitude nenhuma. É extremamente grave! Tanto é que o Bolsonaro vai responder no Tribunal Penal Internacional por genocídio”. Finalizou.
Noti-América/Brasil
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